Resolvi transformar meus comentários em post. Veja abaixo:
O primeiro dia do encontro foi maravilhoso... tivemos palestra da Neide Castanha, com o tema "Violência sexual contra crianças e adolescentes"... à tarde, o pessoal do Ministério de Desenvolvimento Social e da SEDH (Secretaria dos Direitos Humanos) apresentou as ações referentes aos CREAS e ao PAIR... depois de uma rodade de perguntas e respostas, Neide Castanha pediu a palavra... falou sobre a importância do pacto federativo e das competências dos poderes locais, para que não haja uma centralização excessiva no governo federal, o que contraria a própria democracia; também disse, com muita propriedade, que não devemos ter "volúpia por punição", mas sim "radicalizar a proteção da criança e adolescente"; "colocar o abusador na cadeia nem sempre é o que deseja a vítima"... achei muito interessante a sua fala e até me surpreendeu... juntando com a fala do representante da SEDH, me parece que há uma tendência para que progressivamente se faça uso dos métodos da justiça restaurativa, o que me deixa muito satisfeito. Amanhã tem mais...
Nessa quinta (22), pela manhã, tivemos um painel sobre protagonismo juvenil , coordenado pela Rosana França, representante nacional da juventude. Foi apresentado o projeto Juventude em Ação e falado da necessidade de combater o adultocentrismo, que exclui a jovem do processo de decisão e discussão de assuntos que lhe interessam, como o enfrentamento da violência sexual de crianças e adolescentes. Aliás, ela prefere a expressão "desconstrução da violência sexual" e não "enfrentamento"... pois considera que "a violência sexual foi construída" e, portanto, pode ser desconstruída. À tarde, houve trabalhos de grupo por Estado, para análise da situação e levantamento de proposições. Pelo o Paraná, surgiram as seguintes propostas: articular os municípios, por meio da Sec. Est. da Criança e Juventude, para avaliar e implementar os planos municipais contra violência sexual; criar espaços de capacitação e discussão para jovens sobre a referida temática; sensibilizar o Poder Público para a questão, tomando outras medidas caso não surta efeito, utilizando, por exemplo, a mídia (televisão, internet etc). Fechando o encontro, Neide Castanha falou das perspectivas de empoderamento das jovens exploradas sexualmente por meio da inclusão no mercado da beleza (como consultoras de cosméticos e outros) e no mercado legal da sexualidade... é claro que, no último caso, as jovens devem ser maior de idade e não podem ser tratadas como mulher-objeto... tem-se o cuidado também de evitar a erotização dos clientes pelas jovens... são ideias novas, mas que já estão dando excelentes resultados nos locais em que estão sendo testadas... Neide disse que, ao serem recrutadas pelas empresas justamente pelas experiências de exploração sexual, as jovens sentem que esse tempo de suas vidas não foi de todo em vão, o que aumenta sua autoestima.
De público, quero agradecer pela oportunidade que me foi dada de participar deste encontro, tão significativo pra mim.
Um abraço a todos/as.
Contatos disponibilizados no evento:
Telefones do Comitê Nacional: (61) 3347-8524 e 3340-9189
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